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#Em casa comigo mesma




Nesses dias de menos compromissos e possibilidades sociais e culturais e de convívios e tal, dá nisso: passamos tempo demais com a gente mesmo. E o inevitável vem.


Entramos na espiral de ficar em paz e amor conosco e com o mundo e com os relacionamentos, e com as incertezas e medos, e com o que foi e com o que será, e com o que não queremos ou queremos desesperadamente e blablabla.


Desassossego. Conhece?


Então, “esvazio” a mente. Inspiro sem pressa e contando até seis. Expiro sem pressa e contando até seis. “Respire devagar e amorosamente” - o mestre me guia, paciente, no aplicativo de meditação. E nada. Os pensamentos e emoções vêm como tsunami. Entre o um-dois-três-quatro-cinco-seis, já fui ao Tibete e voltei mil vezes. Exausta.


Sabe aquela condição estruturada, serena e aquietada? A minha nunca é assim. É nó bem feito, exige preparo e fôlego de atleta, ou nada de desatar. Se identificou aqui? Ótimo. É bom compreender que não andamos sozinhos com as nossas loucuras.


Imagina o efeito pré-zen do não pensar, que lindo isso!, quer dizer, não pensar tanto a ponto de tontear. Converso com uma amiga sobre a chatice da complexidade, de qualquer complexidade. O bom é o simples. O casual. O que vivemos de alegre ou triste, porque estamos aqui. E só. No mais, deixa lá com as mentes treinadas na existência e nas contradições.


Quem me conhece sabe desse meu jeito reflexivo e inquieto e tudo bem, não fosse eu também um combo de exageros em absolutamente-quase-tudo, etc. e tal. Sou isso, meio viajante, meio intensa, meio atrapalhada, um milkshake, sempre às voltas com cada ideia, melhor nem falar.


Se a minha cabeça fosse um balão, um alfinete resolveria tudo rapidinho - Bum! Pois não é. Meno male. Nesse tempão comigo, ando perto de me ver como uma boa companhia - até já me sinto bem e em casa comigo mesma. Se sou uma aventura de altos e baixos e de perguntas nem um pouco mansas, prefiro isso a brincar de faz de conta do que não sou.


Percebe? A simplicidade invade as nossas complexidades, quando a gente menos espera. Se um dia eu escrever sobre as memórias da quarentena, não posso me esquecer disso.


Até.


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